O CTO da TIM, Leonardo Capdeville, afirmou que há exageros quanto à possível interferência na TV aberta satelital pelo uso do 5G na frequência de 3,5 GHz. O executivo defende que a leilão seja realizado logo.
“A mitigação da interferência é simples de ser feita no 3,5 GHz. O problema acontece em poucos casos, como quando você tem uma transmissora direcionada para uma retransmissora, aí pode ter interferência. Ou quando as antenas 5G de TVRO estiverem muito próximas. A dimensão que se está dando ao problema nao é real”, disse Capdeville a jornalistas, durante evento ocorrido na cidade de Santa Rita do Sapucaí (Minas Gerais). A operadora transformou a cidade mineira em um laboratório vivo da 5G, onde já testa o uso da tecnologia na cobertura urbana, em área restrita, porém um pouco maior do que a abrangida pelo teste realizado em Florianópolis no começo do ano. A empresa também prepara testes em Campina Grande (Paraíba).
Segundo o CTO da TIM, “o que estamos ponderando é que temos que ter alguma solução para o cliente afetado. O alcance do 3,5 GHz é muito menor no primeiro estágio da rede. A 5G vai chegar antes nas grandes cidades, onde TVRO é menos usada, e onde se tem mais antenas com menor potência, então a possibilidade de interferência é menor”, afirmou.
Ele disse que a experiência mostra que a precaução deve ser do tamanho ideal, e lembrou do caso do leilão de 700 MHz. Realizado em 2014, este leilão previu uma limpeza de espectro e instalação de filtros de sinal em antenas de TV para evitar interferências. No fim, os canais de TV UHF que ocupavam o espectro foram migrados, e o espectador conseguiu sintonizar a TV com um conversor digital, mas sem necessidade de filtros. “Quando houve o leilão de 700 MHz foi a mesma coisa. Hoje estamos usando a frequência em 1,5 mil cidades. E nao tivemos de fazer mitigação, instalar filtros, em nenhum caso”, falou.